quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Greve de Servidores e os Direitos do Cidadão


É com um pensamento do célebre Rui Barbosa que inicio a postagem de hoje. Esse ano, em meio à turbulenta crise que o Brasil tem enfrentado, estamos passando por momentos difíceis para a população no que tange os serviços públicos.

Ante a crise econômica enfrentada, o governo, em todas as suas dimensões federativas (União, Estados, DF e municípios), tem travado uma luta com os seus colaboradores e os problemas enfrentados tem gerado repercussão tais como greves e outros infortúnios que tem afetado a população na persecução dos seus direitos.

A greve perpetrada por órgãos como o INSS ou o Judiciário afeta diretamente a população, a qual se vê tolhida de exercer seus direitos e se vê de mãos atadas diante de um cenário que parece não ter uma solução próxima. Dessa forma, o ente mais fraco da cadeia, que é o cidadão, se vê numa situação em que sua única esperança é que alguém possa auxiliá-lo e ter esperança de que logo possa obter os direitos de que tanto necessita.

Não estou questionando o direito constitucionalmente assegurado de fazer greve, como um instrumento de pressão para com o Estado, a fim de que este conceda uma tutela específica, mas questiono até que ponto é justo afetar tão drasticamente os direitos dos cidadãos, estes que nada ou pouco têm a ver com o que tem ocorrido.

Um problema gerado por um planejamento mal feito, ou mesmo por crises de corrupção não deveria recair nas costas da população. População essa já massacrada por altos impostos, inflação em alta, juros abusivos e a ausência do estado na garantia de seus direitos mais fundamentais.

Todos têm o direito de batalhar por seus interesses, mas quando os interesses próprios superam o ideal de justiça, quando o coletivo sucumbe ante ao eu, quando colocamos em segundo plano os mais fracos e buscamos as nossas necessidades, podemos observar o quanto enfrentamos uma crise moral sem precedentes.

Muitas vezes vemos os políticos da nação e apontamos o dedo para eles por não representarem um ideal de decência, lisura e honestidade que se espera de uma figura pública, mas ao mesmo tempo há quatro dedos apontados para nós mesmos. A crise vista na política deriva de uma crise que enfrentamos em nossa sociedade, a profunda crise moral denunciada por Ruy Barbosa no início do século passado se vê ainda mais forte em nossos tempos, contudo sem um Ruy Barbosa como um panteão de honestidade e luta por direitos dos mais fracos.

Talvez devamos voltar a refletir, o que seria mais importante, cuidar dos mais fracos ou zelar e buscar por nossos próprios interesses?
 

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